Implementação de cotas para pessoas trans na UnB
A Universidade de Brasília (UnB) aprovou uma resolução histórica que autoriza a implementação de cotas para ingresso de pessoas trans nos seus cursos de graduação. A medida, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da universidade, destina 2% das vagas para pessoas autodeclaradas trans, abrangendo travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos e pessoas não-binárias.
Avanço nas políticas de ações afirmativas
O vice-reitor Enrique Huelva celebrou a aprovação da nova resolução como um momento histórico para a UnB e para o Distrito Federal. A universidade, conhecida por ser pioneira na implementação de cotas para pessoas negras em 2003 e cotas étnico-raciais na pós-graduação em 2020, agora avança com as cotas trans na graduação.
Expectativa para a implementação das cotas
As cotas trans na UnB devem entrar em vigor no vestibular de agosto de 2025, para ingresso no primeiro semestre de 2026. Além disso, outras modalidades de ingresso, como o edital específico da UnB para quem presta o Enem, também devem contemplar as cotas trans.
Desafios enfrentados pela população trans
Estimativas da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) indicam que apenas 0,3% das pessoas trans no Brasil conseguem ter acesso ao ensino superior. A falta de inclusão no ambiente acadêmico e as dificuldades enfrentadas pela população trans, como a baixa escolaridade e a necessidade de recorrer à prostituição para obter renda, são desafios que evidenciam a importância das cotas para essa comunidade.
Experiências de estudantes trans na UnB
Lucci Laporta, assistente social e militante transfeminista, compartilhou sua experiência na UnB, destacando a importância de criar um ambiente transinclusivo na universidade. A presença de estudantes trans contribui para a diversidade e fortalece a luta por um ambiente acadêmico mais acolhedor e igualitário.
Preparação da UnB para receber estudantes trans
O vice-reitor da UnB enfatiza que a instituição está preparada para receber os estudantes trans e criar mecanismos que permitam a permanência desses alunos. A expectativa é que a comunidade acadêmica aprenda e cresça com a diversidade trazida pelos estudantes trans na universidade.
Próximos passos e implementação das cotas
O Comitê Permanente de Acompanhamento das Políticas de Ação Afirmativa (Copeaa) da UnB será responsável por estabelecer os procedimentos relativos às bancas de heteroidentificação de candidatos trans, nos moldes do que é feito com estudantes de outras cotas étnico-raciais. A UnB se junta a outras universidades federais que já implementaram cotas para pessoas trans, como a UFABC, UFSB, UFBA e UFSC.
Desde 2017, a UnB garante o uso do nome social às pessoas trans e travestis, e em 2021 aprovou a reserva de 2% das vagas de estágio para esse público. Além disso, a instituição vem trabalhando na implementação de cotas para pessoas trans e travestis em programas de pós-graduação, em diversas unidades acadêmicas.
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