Investimento público em educação no Brasil
No Brasil, entre 2015 e 2021, houve uma queda média de 2,5% nos investimentos públicos em educação a cada ano, de acordo com o relatório Education at a Glance (EaG) 2024 da OCDE. Enquanto isso, os países da OCDE aumentaram, em média, 2,1% por ano nesse mesmo período. Em termos absolutos, o Brasil também investe menos do que a média dos países da OCDE, com um investimento anual por aluno significativamente menor.
Comparativo de investimentos entre o Brasil e a OCDE
Nas escolas de ensino fundamental, o Brasil investe em média US$ 3.668 por aluno por ano, enquanto os países da OCDE investem em média US$ 11.914. No ensino médio, o Brasil investe US$ 4.058, comparado a US$ 12.713 da média da OCDE. Já no ensino superior, o investimento chega a US$ 13.569 no Brasil e a US$ 17.138 na OCDE.
Percentual de gastos públicos com educação
A parcela dos gastos públicos com educação em relação aos gastos totais do governo no Brasil diminuiu de 11,2% em 2015 para 10,6% em 2021. Essa queda foi menor do que a média dos países da OCDE, que também apresentaram uma diminuição nesse mesmo período.
Salários dos professores no Brasil
No Brasil, os professores recebem salários inferiores e trabalham mais horas do que a média dos países da OCDE. O salário médio anual dos professores nos anos finais do ensino fundamental é de US$ 23.018, 47% abaixo da média da OCDE. Além disso, os professores brasileiros têm que lecionar 800 horas anualmente, acima da média da OCDE de 706 horas por ano.
A relação de estudantes por professor no Brasil também é maior do que a média da OCDE, com mais alunos por professor tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Isso impacta não apenas na qualidade do ensino, mas também nos gastos globais com os salários dos docentes.
O Education at a Glance traz uma série de indicadores que permitem a comparação dos sistemas educacionais dos países participantes, incluindo o Brasil. A OCDE, uma organização econômica com 38 países-membros, foi fundada para estimular o progresso econômico e social. O Brasil participa do EaG desde a primeira edição, em 1997, e tornou-se candidato a integrar a OCDE em 2022.
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