Desigualdade Racial na Educação Brasileira
Os negros brasileiros enfrentam diversas barreiras no acesso e permanência na educação formal, conforme revelam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. A desigualdade racial persiste no cenário educacional do país, refletindo-se em diferenças significativas em relação aos brancos.
Média de Anos de Estudo
Os números mostram que os negros têm, em média, 9,2 anos de estudo, enquanto os brancos atingem a média de 10,8 anos. Essa diferença de 1,6 ano evidencia a disparidade educacional existente, que, apesar de ter tido uma leve redução desde 2016, ainda representa um gap significativo.
Ensino Médio: Início da Desigualdade
A desigualdade começa a ficar evidente no ensino médio, com a inversão da situação em relação ao ensino fundamental. Enquanto os negros apresentam uma taxa de apenas 71,5% de estudantes ou concluintes do ensino médio na faixa etária adequada, os brancos alcançam 80,5%, ampliando a lacuna educacional entre as duas raças.
Acesso ao Ensino Superior
A disparidade se acentua ainda mais no acesso ao ensino superior. Apenas 19,3% dos negros de 18 a 24 anos cursam uma graduação ou já concluíram a faculdade, em contraste com os 36% de brancos na mesma faixa etária. O atraso escolar também afeta mais os negros, com 10,1% enfrentando esse problema em comparação com os 7% de brancos.
Analfabetismo e Abandono Escolar
A taxa de analfabetismo entre os negros, que atinge 7,1%, é mais que o dobro da observada na população branca (3,2%). Além disso, o abandono escolar a partir dos 15 anos é mais frequente entre os negros, muitas vezes devido à necessidade de trabalhar, o que contribui para a interrupção dos estudos nessa faixa etária.
A situação se agrava para os negros com mais de 25 anos, apenas 48,3% concluíram o ensino médio em 2023, enquanto entre os brancos esse percentual é de 61,8%. A persistência dessas disparidades retrata a urgência de políticas públicas efetivas para promover a equidade racial na educação brasileira.
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